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🧯 Um Caminho Diferente
Já pensou que o caminho tradicional talvez não seja o seu?

MP;RA
(versão brasileira do TL;DR, too long didn’t read, Mó Preguiça, Resume Aí)
Você se distancia das pessoas, porque é o único momento que pode ser você mesmo(a) sem precisar agir ou tentar ser de outra maneira?
Por que não podemos desafiar o que é “tradicional” ou esperado para criar nossos próprios caminhos?
Não importa o quão esquisito seja o que você gosta, talvez seja nisso que você encontre realização.
A jornada de aceitar que você é diferente dos outros não é tão fácil, mas se realmente nos sentimos assim, é algo que volta para nos assombrar.
“Não importa como você tente fugir, antes de dormir, quando colocar a cabeça no travesseiro os seus demônios sempre vão estar ali…
Alguns passam a vida tentando se distrair e fugindo deles e outras pessoas realmente pensam nesse assunto e decidem enfrentá-los.
As ovelhas negras também precisam descansar.
Não se sentir parte da família, não se sentir na cultura certa, não se sentir em casa, essas coisas acontecem, fazem parte da vida e não é nada fácil.
Faz parte, mas como decidimos enxergá-la é o que podemos mudar, podemos passar vida inteira tentando ser alguém que não somos ou podemos enfrentar nossos demônios.
Às vezes é foda passar por algumas situações que nos pegamos pensando sobre isso, mas a parte mais importante de lembrar nesses momentos é que nunca estamos sozinhos.”
Chamei isso de “uma carta para eu mesmo” e sinceramente não achei que fosse compartilhar isso algum dia.
Sempre foi um problema não me sentir parte de nenhum grupo e achar que estava sozinho.
Com o passar do tempo decidi pensar sobre isso com outra perspectiva, cansei de colocar máscaras o tempo todo, tentar ser quem você não é cansa pra caralho.
Escrevi isso depois de ver esse vídeo:
O que ele diz é basicamente algo na linha de: “me pergunto se me distancio das pessoas, porque é o único momento que posso ser eu mesmo sem precisar agir ou tentar ser de outra maneira“.
Muitas pessoas tem medo da própria companhia, tem gente que não suporta ficar sozinho e é provavelmente porque não sabem aproveitar a própria companhia ou porque não gostam de quem são de verdade.
Pensar sobre isso pode parecer algo negativo a primeira vista, mas foi exatamente isso que me ajudou a entender que tá tudo bem não se encaixar em nenhum lugar se isso significa ser você mesmo.
Existem coisas que a gente não controla e essa é uma delas, não adianta tentar mudar quem você é para se encaixar no grupo da faculdade, do trabalho, do futebol e por aí vai.
Quando somos nós mesmos, as conexões que construimos são muito mais fortes.
Muito bonito né, mas o que dá pra fazer com isso?
Se você se sente diferente, significa que seu caminho para fazer as coisas provavelmente vai ser diferente também…
I just wanna do it my way
And turn the whole game sideways
And show people you ain't gotta be resigned to the highway
You can make a path while these motherfuckers drive straight
Essa parte da música diz: só quero fazer as coisas do meu jeito, mudar o jogo e mostrar para as outras pessoas que não precisamos seguir a estrada se podemos criar nosso próprio caminho enquanto esses filhos da puta seguem reto.
O Dave não tem cara de rapper, mas quem somos nós para julgar isso não é? Isso me leva para um questionamento:
Por que a gente não pode desafiar o que é “tradicional” ou esperado para criar nossos próprios caminhos?

Tem cara de rapper?
Em um contexto mais realista, o caminho tradicional da vida é: aprender como viver em sociedade, passar anos na escola, fazer faculdade, conseguir um trabalho todo aquele estudo e depois passar o resto da vida fazendo aquilo, é isso mesmo que você quer?
O problema em pensar desse jeito é que parece que não tem interesse, propósito e sinceramente nem dá vontade de viver uma vida assim.
Enquanto crianças somos curiosos e em algum momento durante a escola parece que parte dessa curiosidade vai embora porque temos que aprender sobre vários outros assuntos essenciais para entender como o mundo funciona.
O sistema de ensino tem muitas falhas e para mim a maior delas é não continuar cultivando esse senso de curiosidade nas crianças.
Não tinha cabeça nenhuma para decidir meu curso com 17 anos, com 23 ainda não faço a menor ideia do que vou fazer da vida e qual é o problema disso? NENHUM.
Essa pressão para decidir “o que ser na vida“ tão jovem é sem sentido, ao invés de pressão, por que não incentivar interesses diferentes…

“Progresso é decidir o que não fazer“
Sempre gostei muito desse pensamento de que nós aprendemos o que queremos entendendo o que não gostamos.
Isso serve para qualquer coisa, relacionamentos, trabalho, hobbies…
A única coisa que nos impede de experimentar coisas novas é que sempre achamos que não estamos preparados, “queria aprender fotografia, mas não tenho uma câmera, não sei editar“.
O melhor conselho que levei pro coração foi “Comece com o que você tem“, no caso da fotografia, dá para tirar fotos pelo celular, aprender a editar por alguns vídeos do youtube, tudo isso sem precisar de um investimento de tempo e dinheiro de uma faculdade.
Nós subestimamos demais nossa capacidade e às vezes só falta coragem ou a motivação certa para começar algo que sempre sonhamos.
A teoria não prepara seu café de manhã.
QUEM FOI O ANIMAL QUE DISSE QUE A GENTE PRECISA PASSAR 4 ANOS NA FACULDADE PARA SER ALGUÉM NA VIDA?
Famílias se endividam para um filho se formar em uma universidade privada e nós, independente de estudarmos em universidades públicas ou privadas, passamos 4 anos ouvindo muitos professores que nunca nem saíram do meio acadêmico.
Vou dar o benefício da dúvida e falar que que não é uma generalização, mas tive 2 professoras boas ao longo do meu diploma…
Claro que são propostas diferentes e o mundo acadêmico tem o propósito de buscar o conhecimento sem o objetivo de transformá-lo em algo produtivo.
Mas o ponto é que nesse caminho, a faculdade não vai nos preparar como imaginamos e muito menos vai dar todas as respostas para nossas vidas.
Quando uma faculdade fala que te prepara para o mundo profissional, sinceramente, isso deveria ser classificado como propaganda enganosa.
Você realmente acredita que escutar um professor frustrado que nunca soube transformar o conhecimento em algo de valor para outras pessoas vai nos preparar para o mercado de trabalho? Ou ainda maior que isso, vai nos preparar para a vida “fora do estudos”?
Com todo o respeito, nem fodendo.

Perdi a postura por um breve momento, mas tem alguma coisa em xingar a faculdade que me dá um alívio gigantesco.
Tudo isso para dizer que antes de qualquer coisa, tenha curiosidade sobre seus interesses, quando nos interessamos por algo que corremos atrás de alguma coisa de verdade.
Sentar a bundinha em uma sala de aula não tem nada de prático.
Se a sua paixão é fazer café, é importante saber a teoria, mas mais importante ainda é entender como escolher os grãos, como moer eles e como preparar um café sensacional.
A teoria não prepara seu café de manhã.
Acredito que independente do momento de vida, devemos procurar entender como nós funcionamos, autoconhecimento pode parecer papo de coach então vamos chamar de desenvolvimento pessoal.
Esses interesses geralmente servem como um mapa para o que realmente queremos fazer na vida, que impacto queremos deixar.
Esses interesses podem se transformar em um trabalho ou uma fonte de renda se desejarmos e é aqui que o modelo de universidade é patética.
Na minha cabecinha minúscula deveria ser um lugar no qual pessoas mais experientes te mostram ferramentas para entendermos como podemos transformar esses interesses e habilidades em dinheiro.
Agora eles com suas mentes brilhantes passam a vida inteira em uma sala de aula explicando a mesma coisa por décadas sem nem se atualizar, baita propósito.
Só ganhar dinheiro também não realiza ninguém, por isso existem interesses que nunca vamos querer transformar em um trabalho, porque no momento que vira trabalho, alguma parte daquele encanto desaparece.
Dinheiro não compra felicidade, mas é uma ferramenta que pode facilitar bastante coisa!

Para juntar toda essa mistura de assuntos
Como falei de um monte de assuntos misturados, quero mostrar como tudo isso tá conectado!
Cada um tem seu tempo para entender quem somos, esse processo de desenvolvimento pessoal é individual e entender genuinamente quem nós somos e o que gostamos é um direcionamento para tudo que fazemos.
Podemos dizer que o desenvolvimento pessoal é um bússola 🧭.
Quando somos genuínos, aquela curiosidade infantil que se perdeu em algum momento das nossas vidas passa a dar as caras de novo.
Essa curiosidade é uma das coisas mais importantes de se cultivar, perder o interesse nas coisas é a mesma coisa que se tornar apático.
Quando buscamos coisas novas estamos nos movimentando, procurando oportunidades, criando conexões e efetivamente criando motivação.
A bússola te ajuda no dia a dia e a curiosidade passa a se tornar um mapa 🗺️, que nos ajuda a enxerga nossos objetivos com mais clareza.
Uma delas te mostra caminhos e a outra te ajuda a escolher a direção para chegar em algum lugar.
Podia usar uma frase de Sêneca ou qualquer outro estoico, mas tenho uma referência um pouco mais legal:
Alice pergunta: Você pode me dizer qual caminho que eu devo tomar?
Isso depende muito do lugar para onde você quer ir, responde o gato.
-Eu não sei para onde ir.
Se você não sabe para onde ir, então qualquer caminho serve.
O mais legal desse livro é que a Alice cai no buraco porque ela é curiosa de seguir o coelho branco e ela acaba no País das Maravilhas, que é um lugar cheio de loucos.

"Mas eu não quero me encontrar com gente louca", observou Alice.
"Você não pode evitar isso", replicou o gato.
"Todos nós aqui somos loucos. Eu sou louco, você é louca".
"Como você sabe que eu sou louca?" indagou Alice.
"Deve ser", disse o gato, "Ou não estaria aqui".
Siga a sua curiosidade, não importa o quão diferente ela seja, ela pode te levar para o seu País das Maravilhas.
Alice: Chapeleiro, você me acha louca?
Chapeleiro: Louca, louquinha! Mas vou te contar um segredo: as melhores pessoas são assim.
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