📜 Anotações: O Segredo Milenar da Produtividade

MP;RA

(versão brasileira do TL;DR, too long didn’t read, Mó Preguiça, Resume Aí)

• Nós consumimos muita informação e por causa dessa overdose, muitas vezes as informações que realmente queremos guardar se perdem.

• Sua cabeça foi feita para ter ideias, não para guardá-las, então um sistema de anotações pode ser super prático.

• Nenhum sistema é prático se ele for complexo demais, não se perca nos aplicativos e na organização em pastas, tente criar algo que seja útil e prático no seu dia a dia.

• Anotações de verdade servem para te ajudar em algum projeto, anotar por anotar é acumular informações que nunca serão usadas.

De acordo com um artigo do New York Times, nós consumimos, em média, 34 gigabytes de informação por dia.

As informações que consumimos diariamente é equivalente a 174 jornais completos (que medida boa né, bem atual).

Eles estimaram que nós consumimos 5x mais informações do que as pessoas costumavam consumir em 1986.

Nessa época, encontrar informações era a maior dificuldade.

Hoje temos acesso à tanta informação que o problema virou filtrar tanta coisa ruim.

Foi assim que me deparei com o conceito de Segundo Cérebro do Tiago Forte.

O Segundo Cérebro é um sistema de anotações para guardar informações úteis para utilizá-las em algo prático.

Acho que foi essa proposta que me vez comprar a ideia, porque anotar por anotar é só acumular mais arquivos que vão ser perdidos em algum momento.

Comecei a pesquisar mais sobre esse conceito e até queria ler o livro dele na época, mas eu tinha levado um conselho pro coração, “aprenda o fundamento com os melhores”.

Quando se trata de produtividade, acredito que o fundamental seja entender alguém que conseguiu navegar em muitas áreas diferentes e teve certo “sucesso” em algumas delas.

Então julguei que aprender com o melhor nesse caso era entender como alguém como o Da Vinci lidava com seus centenas de interesses diferentes (é por isso que gosto tanto de usar ele como exemplo).

Como qualquer pessoa faria, li a biografia dele para aprender sobre produtividade, parece lógico não?

Não vou entrar nos princípios que ele seguia porque já falei sobre eles nessa edição:

Mas acredito que a característica mais importante que fez dele um gênio foi a curiosidade.

O fato dele ter registrado quase todos os seus estudos em cadernos nos mostra que ter um sistema de anotações não é nada novo e que funcionou para uma das mentes mais brilhantes que já passaram pelo mundo.

Falando em cadernos…

Depois da biografia do Da Vinci, ler o Segundo Cérebro continuou fazendo sentido.

Inclusive o Tiago Forte usa o próprio Da Vinci, Richard Feynman e outras personalidades como exemplos de pessoas que foram exepcionais e mantinham suas anotações em “commonplace books”, que nada mais é do que um caderno.

O Segundo Cérebro é basicamente uma versão atual desse caderno, em um mundo com tecnologia, é mais fácil fazer anotações, copiar links, imagens e referências em um aplicativo de notas (imagina o Da Vinci com um caderno da Cícero ou usando o Notion, o caderno ainda tem seu charme).

Fazendo um resumão da metodologia:

O sistema deveria ser divido em 4 partes, PARA: projetos, áreas, recursos e arquivo.

Essa organização prioriza o que é mais prático, o que está mais próximo para tomarmos uma ação.

As anotações que fazemos para os nossos projetos são coisas que podemos agir no dia a dia.

Anotações para áreas da vida podem ser úteis no dia a dia (anotações sobre finanças, saúde, exercícios, por exemplo).

Recursos são as anotações que eventualmente podem nos ajudar.

Os arquivos são anotações que não são mais úteis no momento, mas servem como uma biblioteca de referências se um dia precisarmos delas.

Um projeto é qualquer coisa que você esteja trabalhando que precise produzir algum resultado no curto prazo.

Pode ser desde um trabalho da faculdade, um projeto no trabalho ou aquele projeto que você quer fazer, mas deixou na gaveta.

O resultado no curto prazo pode ser uma entrega, publicar um texto, enviar um orçamento, lançar um produto e por aí vai.

Bem bonitinho, mas e aí, como usar isso?

Organizar pensamentos e ideias é a mesma coisa que treinar um músculo, precisa de repetições para ficarmos melhores e mais proficientes com o tempo.

O que passa na nossa cabeça pode ir embora do mesmo jeito que surgiu do nada, então criar sistemas e práticas para simplesmente colocar pensamentos no papel é uma habilidade extremamente útil em qualquer área da sua vida.

Chamar de sistema é meio intimidante né? Mas acho chique.

Mas na verdade, pode ser só seu bloco de notas no celular ou você pode organizar tudo melhor em um app como o Notion.

(gosto muito de escrever no caderno, mas não recomendo muito porque quando as informações estão em algum aplicativo elas são muito mais fáceis de encontrar).

O importante é encontrar um jeito que funcione pra você, não se preocupe tanto com o aplicativo, mas com a praticidade de anotar para que seja o mais fácil possível.

Uso o Notion, porque já organizo as coisas ali, então pela praticidade criei o meu Segundo Cérebro por lá:

O sistema de anotações é só a coluna do meio, as outras colunas são prioridades e outros recursos que deixo guardados.

Tá bom, mas vou anotar o que?

Se você achou algo interessante, anotar o que ressoou é um processo que vai te ajudar na próxima vez que você lembrar desse assunto.

Anotar não é um trabalho de salvar links, é realmente escrever as ideias que mexeram contigo e não tem muito framework para dizer o que realmente mexe com você.

Sua intuição é a melhor ferramenta para decidir o que mexe com você e com prática, realmente ficamos melhores com o tempo.

Um exemplo menos abstrato: assisti um vídeo sobre newsletters do Ali Abdaal, curti muito e deixei o link nas anotações porque queria usar de referência em um texto.

Fui ver minhas anotações, o link tava ali, mas já tinha esquecido o que queria usar de referência.

Esse é um exemplo de uma anotação ruim, só um link não me lembrou o motivo de ter salvado o vídeo, nem as informações que eu queria usar.

No segunda vez que assisti o vídeo, anotei tudo que achei interessante e que realmente achava relevante:

Só copiar um monte de links nas nossas anotações não tem nada de prático.

Agora quando anotamos as partes que fizeram a gente ter interesse, ganhamos tempo!

Ao invés de precisar assistir o vídeo de novo, podemos usar essa referência para o projeto que estamos trabalhando.

Nesse caso, esse vídeo me ajudou a montar o guia “Criando a sua Newsletter“.

Usei esse vídeo como exemplo, mas pode ser um artigo, livro, reels, podcast, ou qualquer outra coisa!

Como organizar tudo isso?

O jeito mais simples que funcionou pra mim foi criar 2 áreas separadas, uma com todas as anotações e outra com meus projetos:

Cada item dessa lista é uma página de anotações, como a do vídeo de newsletter usei de exemplo.

Na lista, tu vai ver que tem um item com as anotações do livro que usei de referência para essa edição.

Livro do Segundo Cérebro → Anotações → edição que você está lendo agora

Imagina precisar procurar no livro toda vez que você precisa de uma referência? Sem tempo irmão.

Você pode ir pela rota de criar projetos, áreas, recursos e arquivos, minha melhor dica aqui é:

Se demora muito pra organizar, não é prático.

Simplifique o processo e evite informações demais

Começamos falando da quantidade absurda de informações que consumimos diariamente.

Criar um sistema de anotações é uma ferramenta para te ajudar a escolher as melhores informações.

Só de filtrar as melhores informações, você já tem uma ferramenta super útil, mas o objetivo final de tudo isso é usar essa curadoria para criar alguma coisa.

A ideia de anotar o que mexe com você é ter uma curadoria de informações que você pode usar sempre que precisar.

Na prática, quando você estiver em um momento sem criatividade ou sem ânimo, olhar para as suas anotações pode ser a fonte de inspiração que você precisa!

Já enrolei demais, então se quiser continuar esse papo:

🏳️até a próxima