#01 🏳️ Diário de Bordo

Insights | O que acontece depois de criar sua newsletter do zero?

MP;RA

(versão brasileira do TL;DR, too long didn’t read, Mó Preguiça, Resume Aí)

  • O começo é sempre lento se começamos sem uma audiência.

  • Um projeto sustentável precisa ter consistência, criar uma maneira de transformar referências que você já consome em conteúdo relevante para uma audiência pode ser o melhor caminho.

  • Escolher os meios de divulgação é extremamente importante para garantir um “fluxo” de novos leitores.

  • Aprender a gostar do processo > Acompanhar os resultados. Se só os resultados são importantes, qual é o seu propósito de criar um projeto mesmo?

Já que não tenho uma bola de cristal não sei se o Tripulantes vai dar certo, mas acredito que compartilhar o que realmente acontece pode ajudar alguém que tem vontade de fazer um projeto parecido!

Faz pouco tempo que esse projeto tá no ar, então aqui vão alguns dos insights que tive começando do zero (de novo) e 4 conteúdos depois.

O importante é começar! Um pouco de como foi criar o projeto

Sempre tive vontade de compartilhar algumas ideias que surgem na minha cabeça e depois de escrever outra newsletter por quase um ano me senti preparado para fazer algo novo.

Criei minha conta no beehiiv, uma das plataforma de newsletter, para testar as funcionalidades da ferramenta e antes de lançar o Tripulantes esse projeto teve outros dois nomes, Contando Carneiros e Estrangeiros.

Contando Carneiros era para ser uma referência do livro “Caçando Carneiros“ do Haruki Murakami que gosto muito e a proposta inicial era “compartilhar ideias que podem te fazer dormir ou sonhar”. (achei que o conceito não pegou muito).

Era para ser uma edição por semana com uma ideia, um pensamento e uma recomendação, até cheguei a montar um template inspirado no Menos Errado do Digo Lemos.

Print da edição #126 do “Menos Errado”

Quando fui escrever achei uma bosta e desisti do template logo de cara, então fui para a segunda versão: Estrangeiros.

A proposta ainda era escrever sobre as minhas ideias, mas dessa vez o formato foi um texto maior, na outra newsletter que escrevi os textos tinham entre 800-1500 palavras e agora a média é mais ou menos 1800 palavras.

Nesse formato de textos um pouco longos eu faço o que mais gosto, deixar uma ideia levar para outra até a viagem ir longe demais.

A única diferença do Estrangeiros para o Tripulantes foi o nome, o primeiro conteúdo que escrevi para essa segunda versão foi o primeiro que publiquei aqui:

A diferença é que antes o título era “Por que Estrangeiros?”, mas o plano continuou sendo usar essa sensação de me sentir deslocado para dizer que ser diferente é muito bom.

Como escolhi o tema?

Quando entrei no buraco de coelho dos canais de desenvolvimento pessoal no Youtube sempre tive vontade de fazer alguma coisa parecida.

O Matt D’Avella, Nathaniel Drew e Joey Schweitzer foram criadores que ajudaram muito a mudar minha perspectiva sobre muitos assuntos diferentes e sentia que também poderia ajudar muita gente criando um conteúdo parecido, mas do meu jeito. (definitivamente são recomendações para acompanhar).

Cheguei a criar um podcast com 7 episódios e até comprei uma câmera na esperança de fazer vídeos, mas a movitação tanto do podcast quanto dos vídeos não durou muito tempo e o projeto voltou para a gaveta.

Depois de alguns anos comecei a acompanhar outros criadores com um foco mais voltado para empreendedorismo (ficam as recomendações para os conteúdos do Dan Koe e do Zach Pogrob) e de novo tive esse sentimento de poder fazer algo parecido do meu jeito, mas foi diferente porque dessa vez comecei criando alguma coisa antes de pensar em procrastinar.

Tenho a sensação que às vezes carregamos uma ideia muito foda na cabeça, mas ela pode demorar um tempão para realmente virar alguma coisa que faz sentido pra gente.

Nesses vários projetos que criei e desisti no meio do caminho fui entendendo como algumas coisas funcionam e se não tivesse tentado nunca teria aprendido.

O podcast por exemplo, trancado em casa durante a pandemia, entrava no discord para conversar com meu melhor amigo, colocamos um bot para gravar nossas conversas, editava uma quantidade gigante de merdas que a gente falava no DaVinci Resolve (sim, eu editava um podcast em um programa de editar vídeos) e publicamos 7 episódios nesse esquema improvisado.

Estatísticas do podcast no Spotify

Postagens do podcast no Instagram

Esse resultado pode não parecer grande coisa, mas sinto que se nossa cabeça fosse diferente e a gente tivesse continuado, nós provavelmente estaríamos com esse projeto bem maior hoje.

Um tempo depois, enquanto estava escrevendo para outra newsletter essa vontade de fazer algo meu com essa mesma linha do podcast voltou e foi assim que a Tripulantes surgiu.

Alguma coisa mudou no meio do caminho?

Enquanto lia “the minimalist entrepreneur” do Sahil Lavingia, me deparei com uma frase que parece que deu ainda mais sentido para o que estava fazendo:

Trabalhe em público (Build in public)

Ensine tudo que você sabe

Crie todos os dias

Nathan Barry, fundador da ConvertKit

“Trabalhe em público” no contexto de construir um software é construir um aplicativo ou produto de maneira aberta.

Qualquer um consegue ver o desenvolvimento do aplicativo e a maior vantagem de trabalhar dessa maneira é que cria transparência e conexão com todos os interessados.

O tema era transformar os assuntos que estava estudando em conteúdo relevante para outras pessoas e a proposta é que o desenvolvimento desse projeto seja aberto para que outras pessoas interessadas em criar uma newsletter possam entender o que acontece por trás das cortinas.

Como já tinha construído o projeto da Builders 2 Builders até 3500 mil leitores, aprendi uma coisa ou outra sobre como construir esse tipo de projeto, então por que não compartilhar tudo do zero?

Escrever sobre o que temos interesse ou estamos estudando é uma das melhores maneiras de aprender. E se não sabe sobre o que escrever, esse é meu primeiro conselho, dá para unir o útil ao agradável e transformar seus estudos ou o que você vê no dia a dia no tema do seu projeto!

Se você já recebe esses emails por algum tempo significa que estou fazendo alguma coisa certa e realmente espero estar ajudando!

Transformar isso em algo público é muito importante para o que eu quero fazer porque é uma oportunidade de me conectar com outras pessoas, que sempre foi algo difícil como um bom introvertido.

A ideia no começo não era exatamente essa, mas nesse curto período escrevendo o Tripulantes ela foi se adaptando e sinceramente ela foi melhorando.

E todo esse papinho tá dando certo?

Se você não tem uma audiência, o começo até pegar tração é demorado mesmo, mas consistência é o nome do jogo, confie no processo.

Se um podcast de 7 episódios gravado do meu quarto e porcamente editado chegou a praticamente 100 pessoas, imagina onde a consistência poderia levar aquele projeto despretencioso.

Eu já tinha uma rede de recomendações no Substack, mas como decidi começar esse projeto por outra ferramenta, então literalmente comecei do zero.

Pode parecer burrice, mas sem o desafio, qual é a graça? Se não der certo nada me impede de voltar para o Substack e me reconectar com aqueles contatos.

Meu plano para conseguir uma tração inicial de novos leitores era publicar uma preview do “Como criar a sua Newsletter“ na outra newsletter que escrevia para conseguir trazer alguns leitores para cá.

Como a base daquela news já passava de 3500 leitores, acreditava que dava para “puxar” pelo menos uns 50 leitores novos.

A realidade foi que houve uma falha de comunicação entre eu e a pessoa responsável e o artigo de preview foi publicado sem o link para o texto completo aqui no Tripulantes, resultado disso? A divulgação foi por água abaixo e comecei com o plano dando errado.

Quando algo dá errado o que a gente faz? Desiste ou tenta outra coisa.

Nunca fui muito fã de redes sociais, mas como construir uma audiência é um trabalho de se comunicar com outras pessoas, por isso decidi começar a publicar os textos do Tripulantes no LinkedIn para tentar atrair mais leitores.

A lógica de qualquer empresa ou projeto é ter o maior alcance possível e transformar esse alcance em clientes.

Alcançar a maior quantidade de pessoas e descobrir como converter essas pessoas em leitores, clientes, usuários ou o que quer que seja o seu projeto.

Esses seriam os “fluxos“ que as pessoas percorrem nas minhas postagens.

Uso só o LinkedIn por opção, mas imagina se você fizer a mesma coisa no Instagram, TikTok e YouTube por exemplo.

Claro que cada um tem sua particularidade, mas quanto mais redes você utilizar, maior é o potencial do seu alcance!

Insights dos cafés

Em todos os conteúdos deixo um link para trocar uma ideia sobre newsletter e esse tipo de formato é o mais legal para compartilhar os temas mais recorrentes das conversas:

  • Conversando com um empreendedor sobre começar uma newsletter para a empresa dele, ele comentou que já tinha uma comunidade então o nicho e os temas para a newsletter já são de fácil acesso. As decisões que eles pediram ajuda foi com relação a plataforma e como criar a mesma news em idiomas diferentes.

    Com o sistema de seções do Substack é possível criar vários segmentos diferentes, mas o leitor precisa se desinscrever das outras se não quiser mais receber, ou seja, você se inscreve para receber a news e se tivessem seções em português, inglês e espanhol você receberia as 3 e ia precisar se desinscrever das outras 2 que não são seu idioma. Então nesse caso o melhor caminho talvez seja criar várias publicações diferentes, assim a lista de leitores dos idiomas ficaria separada e melhor para fazer conteúdos específicos para cada público.

    O beehiiv por outro lado deixa você gerenciar até 3 publicações no plano pago, assim quem fosse criar a news não precisaria de 3 logins para fazer essa gestão, o que significa que nesse quesito o beehiiv ganha muito tempo para essa situação.

  • Outra conversa foi com uma pessoa que queria começar um projeto e queria entender como funciona o processo como um todo, por onde escrever, quais formatos utilizar e uma das perguntas que me deixou pensando foi “com quantos leitores já consigo monetizar?”

    Acredito que não é necessariamente sobre a quantidade de leitores, mas sobre a qualificação desses leitores para um anunciante por exemplo.

    Uma newsletter com 10 mil leitores e uma taxa de abertura de 50% significa que da base de leitores, 5 mil deles realmente abrem os conteúdos e a taxa de cliques mostra quantos desses leitores efetivamente interagiram com os links do texto.

    Supondo que a taxa de cliques é de 10%, dos 10 mil leitores, somente mil leitores clicam nos links.

    Para vender um anúncio por exemplo, você pode utilizar todos esses dados, quantidade total de leitores da base, quantas pessoas efetivamente abrem os emails (que seriam as impressões se a gente for comparar com redes sociais e mídia paga) e a taxa de cliques pode ser a sua métrica para conversões.

    Essa é a lógica para anúncios, mas nada impede de você vender seus próprios serviços e produtos, desse modo é possível monetizar com uma base de qualquer tamanho, considerando que você vai criar alguma chamada ou botão para que os leitores possam comprar seus produtos.

Quer trocar uma ideia sobre como começar ou quer falar sobre outro projeto, bora marcar um café? ☕ Se preferir manda uma mensagem lá no LinkedIn!

Se você criar sua newsletter, vai ser um prazer compartilhar ela por aqui no insights dos cafés☕!

Achei essa plataforma de depoimentos essa semana e quis testar por aqui, pode ser alguma legal para testar o seu feedback. Vou deixar o link da plataforma se você quiser testar: Senja.igo

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